Nas edições de 2015 do Jornal do Vidro, discorremos na ‘série especial’ a cerca da história do vidro desde os primórdios no Egito Antigo até a história dessa matéria-prima aqui no Brasil, ainda colonial. Temos certeza que esses artigos especiais estão nos auxiliando na melhor aprendizagem da origem deste material que tanto amamos, não é mesmo?! Nesta edição iremos contar como que o vidro foi evoluindo assim como o Brasil também foi evoluindo, visto que o país passou por um processo de proclamação de sua República. Iremos juntos descobrindo como se deu essa evolução, vamos lá?
O francês Esbérard foi “o cara” da época em termos técnicos e de sucesso gerencial. Sua iniciativa culminou no clareamento da visão empresarial dos demais empreendedores e isto resultou em inúmeras outras empresas, em outros estados inclusive, abrindo portas e fabricando a todo o vapor. Em 1895, quando o Brasil já havia proclamado sua forma republicana federativa presidencialista – isso em novembro de 1889 – nascia em São Paulo a mais nova empresa do setor, a “Companhia Vidraria Santa Marina”, inaugurada pela sociedade entre dois ilustres empresários da época, Antônio da Silva Prado e Elias Fausto Pacheco Jordão. Para ter uma ideia de como o empreendimento deu certo, em menos de dez anos de portas abertas a empresa já fabricava um milhão de garrafas e dois mil metros quadrados de vidro plano por mês. A fábrica ficava situada no bairro da Barra Funda, na várzea do rio Tietê, com mais de seiscentos funcionários.
Mais tarde, no início do século XX, no Rio de Janeiro, era fundada mais uma empresa de sucesso no ramo vidreiro, a “Companhia Industrial São Paulo e Rio”, a Cisper. Essa nova empresa foi essencial para o segmento, pois utilizou pioneiramente no Brasil as máquinas automáticas americanas, deixando no passado a forma artesanal de sopro, praticada há quase dois mil anos. Sua produção concentrava-se muito na fabricação de garrafas e copos de vidro, uma das maiores no país, fornecendo seu material sobretudo para as empresas de bebidas de São Paulo O cenário era outro para as empresas de vidro no país. Vidraçarias como a “Nadir Figueiredo” alcançavam a fabricação de até 72 mil copos por dia. Era evidente que o negócio estava indo “de vento em popa”, e isso acompanhava a economia do país que a cada dia crescia gradativamente. O hábito do consumo brasileiro era cada vez mais estimulado, o crescimento dos negócios internos, automaticamente, permanecia lá em cima, e a exportação só aumentava, pois o prestígio do mercado brasileiro ganhava muita força.
Vimos que, claramente, a virada política no país alavancou a economia, pois o comércio estava em alta e isso passava diretamente pelo avanço das vidraçarias. Com certeza sabemos que essa época foi fundamental para o pensamento tecnológico e de gestão que temos desenvolvido até os dias de hoje. Foi uma de nossas melhores épocas. Enfim, ascendemos de forma comercial para o mundo! Isso é maravilhoso, não é mesmo? Ficamos por aqui, mas na próxima edição voltaremos com a continuação dessa história de muito trabalho árduo, mas com conquistas marcantes. Até logo!