Todo mundo já ouviu alguma vez na vida que a explicação para a instabilidade daqueles casais que brigam e voltam várias vezes está no fato de que os opostos se atraem. Será verdade? Bem, sobre os casais indecisos não sabemos, mas, em relação à pintura eletrostática é bem isso que acontece, uma atração fatal entre partículas opostas.
Mas, que partículas são essas? Ah, elas são bem conhecidas por tudo que existe no mundo e nós já até falamos deles aqui. São os átomos, os pedacinhos pequeninos que compõem tudo que existe. Peraí... tudo mesmo? ?? É, tudo, da pedra ao peixe, da árvore ao elefante passando pelos humanos e terminando na Lua. Somos todos átomos, ou melhor, conjuntos deles. O que diferencia uma coisa da outra é a combinação e organização dos átomos para formar as moléculas, que vão se combinado para formar coisas e mais coisas.
Durante muito tempo o átomo foi considerado impossível de ser dividido. Depois, com o avanço da ciência, descobriu-se que dentro do átomo tem partes ainda menores. Atualmente, considera-se que o átomo é formado por um núcleo onde há certa quantidade de prótons e a mesma quantidade de nêutrons. Esse núcleo é bem pequeno e fica no meio do átomo. Em volta dele, tem oito camadas que podem ser preenchidas pelos famosos elétrons. Em um átomo estável encontramos a mesma quantidade de prótons e elétrons. Porém, um átomo pode ser desestabilizado fazendo com que a quantidade de prótons e elétrons seja desigual.
Esse processo de desestabilização do átomo é chamado de ionização e ele faz com que a última camada dos átomos perca ou ganhe elétrons, gerando os átomos chamados de íons. Existem dois tipos de íons: o íon cátion, que é um átomo que perdeu elétrons; e o íon ânion, que é um átomo que recebeu elétrons. O elétron tem carga negativa e o próton positiva, portanto, um cátion é um átomo carregado positivamente porque estão faltando elétrons, enquanto um ânion é um átomo carregado negativamente porque estão sobrando elétrons. Sabe o que acontece quando um ânion encontra um cátion? Eles se atraem, porque pelo menos nesse caso temos certeza de que é verdade, as cargas negativas se atraem pelas cargas positivas e vice-versa.
E o que isso tudo tem a ver com a pintura eletrostática? É simples, acompanha aqui. A pintura eletrostática é feita com uma tinta em pó. Esquisito mas é. Ela é colocada numa pistola de alta pressão que é alimentada por um gerador de alta tensão capaz de fazer justamente o processo de ionização com a tinta. Ou seja, as partículas da tinta recebem elétrons, tornando-se ânions. Enquanto isso, as peças que serão pintadas tomam um banhinho numa solução ionizadora, que tira uns elétrons fazendo com que elas fiquem carregadas positivamente.
Aí, adivinha??? A tinta em pó, carregada negativamente, é pulverizada nas peças, que estão carregadas positivamente; tudo isso dentro de uma cabine fechada. Desse jeito, a atração acontece entre os ânions e os cátions, um casamento perfeito. A tinta gruda na peça que depois é levada para uma estufa de cura. Na estufa, a tinta irá se fundir e ganhar uniformidade na superfície da peça, até que a morte as separem.
Esse método de pintar tem a vantagem de que a tinta é totalmente ecológica, pois não tem solvente, a resistência da pintura é muito maior e o desperdício de tinta é quase zero. Geralmente a pintura eletrostática é feita em metais, porém, pode ser feita em qualquer material carregado eletricamente.
Existem três tipos de tinta em pó: poliéster, que apresenta boa aderência e dificilmente fica amarelada, muito utilizada em ambientes externos; epóxi, com bastante resistência à corrosão e a híbrida, que é a mistura das duas anteriores.
Fontes de consulta:
http://www.ufjf.br/